... quis nascer mais cedo! Devia ter esperado na
barriguinha da mãe até dia 26 ou 27 de Julho, mas achou melhor vir conhecer o Mundo logo no dia 21 de Junho.
No dia 20 (sábado), durante a noite, tive que ir muitas vezes à casa de banho (como já era costume...) e sempre que voltava para a cama ficava com a sensação de que continuava qualquer coisa a escorrer, uma
gotinha persistente. Pensei: "Lindo! Mais um dos efeitos da gravidez! devo estar com uma pequena
incontinência. Amanha, quando for ao
hipermercado, tenho que comprar pensos próprios para isto!"
E assim foi: acordei com a chegada do R a casa (ele tinha feito o turno da noite) por volta das 8:30, mas só me levantei para ir ao
shoping por volta das 11:00. Fui às compras (sempre com uma pinguinha a sair de vez em quando), andei por lá mais de duas horas para trás e para a frente e voltei para casa para fazer alguma coisa para almoçar. Por acaso o R acordou mais cedo e decidiu almoçar comigo. Deviam ser aproximadamente 14:30.
Antes de almoço fui ao WC e pareceu-me ter um bocadinho de sangue na urina, mas não era muito perceptível e por isso deixei pra confirmar na vez seguinte, que foi logo a seguir a almoçar. Nessa altura ficou bem claro: no fundo da sanita estava um coagulo de sangue, pequeno mas bem vermelho. Disse ao R que para prevenir era melhor irmos ao Hospital ver o que se passava (mas sempre a pensar que não seria nada de especial e que as pinguinhas que continuava a perder eram da
incontinência...). Ainda tentei entrar em contacto com o meu ginecologista, mas sem grande esperança de o encontrar pois sabia que estava de férias.
Por nenhuma razão em especial, optámos pelo Hospital do Barlavento, em Portimão. Chegámos lá pelas 16:30. Fizemos a triagem e dei entrada praticamente logo a seguir.
A enfermeira da
obstetrícia que me recebeu fez uma análise ao liquido que estava no meu penso higiénico e disse que não era urina (coisa que já me devia ter passado pela cabeça...
dahhhh!) e que se tratava de liquido
aminiótico. Fiquei a saber que já não ia a lado nenhum e que o Rafa iria nascer provavelmente no dia seguinte de manhã.
O R como não pode entrar comigo, teve que dar a volta ao Hospital para aceder a onde eu estava através da entrada principal do hospital. Quando lá chegou recebeu a notícia que teria de ir a casa buscar as minhas últimas análises, roupa para mim (já que eu ia ficar internada) e "é já para nascer!"... "Vai nascer já...? Mas só tem 35 semanas.". Pois, mas o rapaz estava com pressa, o que é que se pode fazer... Telefonei para a minha mana e para os meus pais para lhes dar a notícia. (É claro que os meus pais prepararam logo tudo e "voaram" em direcção ao Algarve...)
Fiquei deitada num quarto que, após uma análise mais cuidada, constatei tratar-se de uma sala de partos e deduzi que ia ali ficar até o
bebé nascer. Adormeci e quando acordei o R. tinha acabado de chegar. Estava a tentar manter a calma, mas via-se que estava bastante nervoso.
Como praticamente não tinha contrações, a enfermeira achou que o parto só seria no dia seguinte de manhã e optaram por me dar um jantar ligeiro (sopa, pão e fruta), mas quando acabei de comer (pelas 21:30) comecei a ter dores mais intensas e, quando foram ver, já tinha feito metade da dilatação. Por isso, como já estava a situação muito adiantada, não tive possibilidade de apanhar epidural. Ia ser um parto
à moda antiga... :-)
CONTINUA...
Foram dias fantásticos, na companhia do Rafa, mas muito stressantes e cansativos. Todos os dias saíamos de casa pelas 8 da manhã e dirigíamo-nos para o Hospital do Barlavento, onde passávamos os dias nos Cuidados Especiais de Neonatologia. Só regressávamos a casa ao final do dia, por volta das 21 (na maioria dos dias...).
Vista do Cais de Gaia
Rua típica da zona da Sé
Assim já fiquei, pelo menos, a saber que ele desceu ao longo da costa angolana e que fez cerca de 690 km de Luanda a Benguela (ou seja, foi como se tivesse cruzado o nosso país de um extremo ao outro - de Faro a Valença são cerca de 660 km).
sem o meu R.
