30/11/2017

O Natal...

... por sentir EXATAMENTE o mesmo, faço minhas as palavras da minha mana, a (minha eternamente) Belinha:

"(...) Os meus Natais sempre foram, até à idade adulta, cheios de gente. A cada passo, acrescentavam-se elementos à família, fosse por nascimento ou fosse por casamento e o número de comensais e convivas era cada vez maior.
Lembro-me dos natais passados ainda em casa dos meus avós maternos. Lembro-me das trocas de presentes na sala de jantar, que só se usava em pontualíssimas ocasiões (como era tão habitual nas casas antigamente). Lembro-me do ano que recebi a cassete (novas gerações, o google dir-vos-á o que era isto) do álbum Bad do Michael Jackson e do meu tio mais novo se rir dos meus gostos musicais (teria uns 10 anos, acho que tenho perdão!).
Lembro-me dos jogos de cartas depois do jantar, do riso sonoro das minhas tias quando o jogo da sueca lhes corria bem, do resmungar aborrecido do meu avô quando tal não lhe era favorável.
Lembro-me do cheiro dos doces, dos pratos de formigos que sempre devorei, das rabanadas carregadas de açúcar, mas absolutamente deliciosas.
Lembro-me que, a dado tempo, mudamos o local das festividades para casa de uns dos meus tios, quando os meus avós começaram a ficar mais velhos e o espaço começava a escassear, consequência das diversas “admissões” à família dos anos anteriores, mas que essa mudança não trouxe qualquer alteração ao espírito vivido.

Depois de casar, os Natais passaram a ser alternados – num ano em casa dos meus tios, no outro em casa dos meus sogros. No primeiro Natal que aqui passei, apanhei um choque de realidade. Éramos 6 à mesa (e não 22 ou 23 como estava habituada). O Natal pareceu-me pobre, sem jogos de cartas, sem gargalhadas sonoras, sem o buliço que me era conhecido.
Naturalmente, com os anos, fui-me habituando a este estilo de Natal, que não me parece agora tão estranho, mas apenas diferente do outro, que é também agora um pouco diferente à medida que nós, os netos, nos fomos casando e criando as nossas famílias, desagregando assim aquele grande grupo que se juntava a 24 de Dezembro.

Os que ainda se juntam (e nos quais me incluo, ano sim, ano não), fazem por manter uma tradição que me é cara e que me recorda o amor que os meus Avós maternos imprimiram na sua família, nos seus filhos, nos seus netos. E a esses, que se esforçam, desta ou doutra forma, por manter o seu espírito vivo entre nós, serei sempre grata."

As únicas coisas que teria de alterar neste texto seria a cassete que recebi (não foi o "Bad", nem me lembro qual foi, mas sei que Belinha se lembra. Qual foi mana?), a idade (eu teria cerca de 12 anos e o meu tio Filipe também deve ter rido da minha escolha musical), o número de pessoas no jantar de Natal da família do meu marido (éramos mais do que 6 mas muito menos dos que eu estava habituada) e eu não ataco os formigos (acho que não ataco nenhum dos doces de uma forma diferente).

Este é um ano "sim", vamos passar o Natal ao Norte... e, embora já não sejamos tantos como éramos e sinta muita falta dos meus avós nestes dias, eu estou muito, muito feliz! Vai ser um Natal espectacular! :)

1 comentário:

FFreitas disse...

Não querendo mentir, acho que foi este: https://pt.wikipedia.org/wiki/You_Can_Dance
Sei que foi da Madonna! Disso tenho a certeza! E claro que o tio se riu! :D

Que bom que é um ano sim! :)