Estágio voluntário... mais um!

Hoje tenho uma entrevista com mais uma possível "estagiária voluntária".
Longe vão os tempos em que o termo "voluntário" era usado só para instituições de solidariedade, que necessitam de trabalho voluntário e gratuito para poderem desenvolver as suas actividades. No geral, estas instituições não têm fins lucrativos e também não têm fundos para poderem contratar todo o pessoal de que necessitam.
Hoje em dia o termo "voluntário" é principalmente utilizado nas empresas portuguesas (mesmo nas que têm lucros altissimos todos os anos) e aplica-se, normalmente, aos recém licenciados que se "voluntariam" para obterem um pouco de experiência profissional.
Estes não são voluntários por solidariedade, mas por necessidade... por muita necessidade. Muitos deles acabaram o curso há meses e meses (ou até há anos) e continuam a bater de porta em porta em busca de uma oportunidade que lhes é negada "por não terem experiência". Quando surge uma empresa que "caridosamente" lhes propõe um estágio voluntário agarram essa oportunidade com unhas e dentes.
Eu não sou totalmente contra os estágios voluntários. Pelo menos, não nos moldes em que estes são praticados na empresa A em que trabalho. Acho que são fruto do mercado de emprego actual, ao qual todos nos temos de adaptar.
Estes estágios têm muitas vantagens para as empresas (até porque muitas não pagam 1 cêntimo nestes estágios), mas também as tem para o próprio estagiário. Para além de poder ganhar experiência profissional na sua área de formação, não fica em casa sem fazer nada (isso é que fica muito mal num curriculum... tempo estagnado!).
Os estagiários voluntários da empresa A têm direito aos subsídios de deslocação e de alimentação (corresponde a cerca de 250€) e não ficam mais de 6 a 9 meses. Se deixarem boa impressão e se surgirem vagas na empresa têm, no geral, preferência em relação a outros candidatos (a não ser que estes tenham uma cunha). ;-)